Brinque com palavras, com o corpo!

Este Blog expõe reflexões de uma dançarina e psicanalista sobre a dança.

No jogo das palavras, o corpo ora se esconde, ora aparece. O corpo, veícula da vida, nos dá sustentação. É o que vai nos propiciar gozar, usufruir o que é nosso por direito.

A DANÇA MIXX é uma dança livre e em parte subversiva. Livre pois transita entre vários estilos e modalidades de dança e cultura. Subverte a ordem do clássico, do oriental, do contemporâneo. Não se encaixa em classificações. Porém, seu ponto central é o trabalho intenso corporal visando a possibilidade de vivenciar outros gozos na dança e na vida.

Vamos brincar, capacidade que algumas crianças têem. Vamos criar, mexer, torcer, girar, pular, correr, tonificar, ouvir o som que nos toca. Vamos nos emocionar!

Informações sobre aulas- (11)- 9 9916-3993

sábado, 22 de fevereiro de 2014

Hystoire da Dança Mixx em primeira pessoa: articulações dança e psicanálise...


Capítulo 1- História inicial (não é a pré-história)- Ai!!
Era uma vez um mundo do não saber e das dores. Sentia dor no estômago sem saber o que era estômago, sem saber o que era fome. Sem saber que meu corpo era meu, sem saber que eu tinha um eu. Pois meu corpo, não era meu. Mas as dores, sim. Essas eram minhas, somente minhas, reais, e se faziam presentes. Nem sabia o que era dor, tampouco o que era eu, meu e outro.
Então, uma fada me acolheu, me olhou, me deu alimento, trocou minha fralda e falou comigo. Disse que eu chorava e me sentia mal porque eu precisava de alimento e precisava trocar a fralda e que parecia desesperada e nervosa. Logo, ela, que deslocava sua energia em mim, além de trocar minha fralda e falar comigo, me alimentou.
Enquanto eu era alimentada, ouvia sua voz que percorria um caminho que desembocava em meu corpo. O som era como um lençol de pétalas de rosas macias que me cobria na noite. Seus braços eram como uma rede que se adaptava ao corpo. Seu cheiro de leite era como se eu estivesse em um deserto andando durante dias sem água e encontrasse uma cachoeira límpida e refrescante.
De repente, minhas dores se foram! Vivi uma espécie de êxtase! Queria novamente isso.
As dores se foram por um tempo, apesar de retornarem. Quando elas voltavam, eu ficava lembrando aquele momento mítico no qual a fada me acolheu. Eu alucinava e às vezes até funcionava. Mas não era sempre que dava certo. Quando a fome e o desespero apitavam, eu dependia da fada sem saber. Eu achava que ela podia me dar novamente aquele momento de satisfação plena.
Ela que deu conta do meu circuito prazer/desprazer e causou e marcou algo em mim, em meu corpo. Meu corpo queria ficar repetindo essa experiência de satisfação. Neste momento, parece que comecei a perceber que talvez eu tivesse um corpo. Dependente do outro, é claro.
(Foi graças à essa fada que eu tive a possibilidade de um dia saber que tenho um corpo e que esse corpo não é somente biológico. Ele tem necessidades extras).

Capítulo 2- Início do meio da história- eu acredito em fadas!
No momento em que ela me alimentou, vivenciei um prazer inexplicável. Era como se só existisse prazer e satisfação na vida. Não era somente fome que eu tinha, mas sim, uma ânsia de repetir por milhares de vezes este estado mítico.
(Princípio de prazer)
Em alguns momentos me perguntei se aquilo era real, tanto se as dores eram reais como aquele momento de gozo. Mas entrei em um circuito de buscas e mais buscas infindáveis para reencontrar aquilo que experimentei e que perdi. Sim, perdi, pois aquela satisfação plena que vivi desapareceu. A culpa é do princípio de prazer! Ele é que manda neste momento da história!
(Repetição, gozo e  princípio de realidade)
 
Capítulo 3- Meio da hystoire- Início do fim- a castatação (mistura de castração com constatação): um pouco de gozo pelo amor de Deus!
Então, o fim desta história, que neste ponto virou hystoire, é contada por cada um, um a um. Cada um com sua saída em relação a perda deste momento mítico. O fato é que nunca mais encontrei esta satisfação. Encontrei outra bem mais singela. (Mas, eu ainda consigo me iludir e isso pode ser necessário muitas vezes).
Então, para dar conta desta falta, tive que fazer algo! Mesmo sabendo no meio do caminho que algo estava perdido para sempre.
Na realidade, esse algo, não estava perdido, pois nunca tinha sido possuído. Essa foi a castatação maligna! Essa doeu! Doeu mais que aquela dor de estômago.
Então, me dei conta de que minha busca em torno disto, desse algo jamais possuído, dizia respeito a uma Coisa. Uma Coisa que contém um vazio, uma falta estrutural a todo ser humano, no qual o princípio de prazer tentava e tenta comandar. Ele ordena: busque, repita, goze com isso, não pare!
(Das ding – a Coisa)
A busca se tornou infindável justamente pelo fato de que a minha vivência de satisfação comporta algo irrepresentável, que exige um contorno. (Se não contornar, provavelmente enlouquecerei). Preciso bordear, dar forma a Isso.
De alguma maneira, muitas vezes, sem que eu saiba ou mesmo sabendo, estou tentando dar conta deste furo que é comum a todos. Mas como? Se não há representação para esta experiência mítica, o que posso fazer? Se o que há é um buraco opaco, pura falta, vazio... O que pede? O que causa?
A pedida é algo criativo, sublime, inventivo!
Hoje, sei que foi uma ilusão, mais ainda, que foi inscrito na minha alma uma perda, uma falta, um vazio de algo que eu não tive, mas que me marcou para a eternidade enquanto exista minha vida. (Esse fato foi condição para poder inventar).
Com Isso, o que posso fazer é criar o que me falta. Criar um objeto que substitua aquele supostamente perdido. Posso dançar e dar forma ao vazio. Assim, me relaciono com ele. Não o excluo tampouco nego que ele exista. Pelo contrário, afirmo que a dança se relaciona diretamente com ele (vazio) na medida em que faz borda, lhe da forma e movimento, e provoca uma produção.
Para contornar o vazio, pode-se também escrever poesia, cantar, atuar, rezar, fazer ciência, fazer análise.
Capítulo 4- O saber sabido -A sublimação é um saber sobre a falta de um objeto absoluto!- Ui!- não creio mais nela (a fada)!
A criação- Dança Mixx
A sublimação- pode funcionar como a possibilidade de uma construção de um objeto que demonstre, destaque e revele a opacidade desta Coisa, desta falta, deste vazio irrepresentável e estrutural.
“Sublimar é mesmo a capacidade pulsional de encontrar a condição de satisfazer a pulsão de maneira ontológica, isto é, a partir da capacidade de criação do objeto, uma vez que o processo sublimatório é de fato um saber sobre a falta do objeto desejado, sobre o qual, nada mais resta a fazer, além de criá-lo."

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Dance!


 Dança Mixx

“Dançar e não ter a vergonha de ser feliz...”

A Dança Mixx é uma dança que mescla quatro estilos de dança. Intenso trabalho corporal, gasto energético, construção de fantasias, contato com emoções, conhecimento do próprio corpo e valorização da singularidade de cada um são itens de composição da Dança Mixx.

Para pessoas que buscam movimento, vida, ampliação de possibilidades, apreensão de estilos de dança e aumento de prazer.

Fusão de dança oriental, africana, princípios da dança contemporânea e ballet clássico. Pitadas de Isadora Duncan. Músicas das mais variadas e de acordo com o gosto de cada um.

Grupos de no máximo quatro pessoas.

Experimente!

Aulas ás quartas-feiras das 9h ás 10h15 e quintas-feiras das 20h30min ás 21h45.

Aula aberta na quinta, dia 13/03/2014 ás 20h30min

Local: Psicanálise com Arte- Rua Harmonia, 458, casa 1.

Contato: lizgv@uol.com.br; 11- 9 9916-3993

Para experimentar uma aula, ligue ou mande e-mail.

 

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Dança Mixx está no Psicanálise com Arte!!!!!

 
 
Domingo, 2/02/2014, a Dança Mixx testemunhou a inauguração do Psicanálise com Arte!
 
Um espaço clínico de trabalhos voltados para grupos e atendimento individual.
 
Um lugar para dançar, soltar suas feras, centrar-se.