Brinque com palavras, com o corpo!

Este Blog expõe reflexões de uma dançarina e psicanalista sobre a dança.

No jogo das palavras, o corpo ora se esconde, ora aparece. O corpo, veícula da vida, nos dá sustentação. É o que vai nos propiciar gozar, usufruir o que é nosso por direito.

A DANÇA MIXX é uma dança livre e em parte subversiva. Livre pois transita entre vários estilos e modalidades de dança e cultura. Subverte a ordem do clássico, do oriental, do contemporâneo. Não se encaixa em classificações. Porém, seu ponto central é o trabalho intenso corporal visando a possibilidade de vivenciar outros gozos na dança e na vida.

Vamos brincar, capacidade que algumas crianças têem. Vamos criar, mexer, torcer, girar, pular, correr, tonificar, ouvir o som que nos toca. Vamos nos emocionar!

Informações sobre aulas- (11)- 9 9916-3993

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Parabéns Dança Mixx!!!


Hoje, a Dança Mixx completa um ano de vida!

Após um ano de existência, a Dança Mixx avança e cuida das suas questões. Tem um caráter pesquisador e investigativo. Época de aniversário, tempo de auto-análise. Quais perguntas foram mantidas, quais se modificaram? Alguma se extinguiu? Surgiram novas questões?

Nos posts anteriores, há textos sobre o gozo, o corpo, pulsão escópica, funções da dança, especificidades das danças articuladas com a psicanálise. Há ainda, textos que abordam a imagem inconsciente do corpo. Textos que pretendem articular o corpo com a filosofia, com a morte e o luto...

Neste post, presenteio a dança mixx com uma nova reflexão/pergunta. Partindo de uma das pesquisas desta dança (acerca da organicidade do corpo), uma reflexão se faz presente, se faz de presente. É sobre o voltar-se para o corpo.

A organicidade envolve atender a demanda do corpo após determinado movimento. Porém, o que encontrei no meio deste percurso uma novidade! O corpo demanda o que? Para além do orgânico há pontos em nosso corpo que demandam algo. Se demandam há um pedido e se há um pedido, há uma forma de comunicação. Não chamarei de linguagem por enquanto, mas de comunicação.

O corpo avisa que há um ponto específico no qual existe uma exigência de trabalho.

Pois bem, para poder abordar o voltar-se para o corpo próprio, o ponto de partida inicial se torna: de que trata essa volta ou revolta para o corpo próprio? Que significa voltar-se ou envoltar-se?

Voltar-se para o corpo é sentí-lo? Como tu andas, como respiras? Como sente suas articulações, sua postura em relação á si próprio, em relação ao espaço e tempo, a posição da bacia e do pescoço. Se trata deste sentir?

Caso afirmativo, que partes do corpo estão adormecidas ou anestesiadas? Existe um dentro e um fora do corpo? Qual é a força do seu abdômen? Sua capacidade de contração/ descontração?

Voltar-se para o corpo próprio está relacionado com o nosso narcisismo e portanto com o eu e a constituição psíquica, também com o corpos biológico, erógeno e o gozoso.

Voltar-se para o corpo biológico, é voltar-se para os instintos e, portanto, exclui a relação com o outro.

Envoltar-se com o corpo erógeno, é pulsar. Este corpo, marcado pelos significantes, pela linguagem, com seu caráter pulsional, libidinal se relaciona com nossas phantasias. Envolve necessariamente a relação com o outro por sua estrutura fantasiosa.

Partindo destes corpos, alguns alcançariam um corpo que poderíamos chamá-lo de espiritual, inconsciente, místico ou até feminino. É um corpo que tem relação com o outro mas envoca um Outro heterogêneo, um Outro que determina nossa relação com a linguagem, nossa posição no mundo. Este Outro, tesouro dos nossos significantes que foram marcados no nosso corpo, na nossa história, esse Outro que regula nossa relação com o falo, nos permite gozar de outra forma. Uma forma suplementar de gozo, uma forma que contorna nosso buraco e que nos auxilia a suportar o fato de o objeto estar para sempre perdido.

PARABÉNS DANÇA MIXX!!!!!!!!