Brinque com palavras, com o corpo!

Este Blog expõe reflexões de uma dançarina e psicanalista sobre a dança.

No jogo das palavras, o corpo ora se esconde, ora aparece. O corpo, veícula da vida, nos dá sustentação. É o que vai nos propiciar gozar, usufruir o que é nosso por direito.

A DANÇA MIXX é uma dança livre e em parte subversiva. Livre pois transita entre vários estilos e modalidades de dança e cultura. Subverte a ordem do clássico, do oriental, do contemporâneo. Não se encaixa em classificações. Porém, seu ponto central é o trabalho intenso corporal visando a possibilidade de vivenciar outros gozos na dança e na vida.

Vamos brincar, capacidade que algumas crianças têem. Vamos criar, mexer, torcer, girar, pular, correr, tonificar, ouvir o som que nos toca. Vamos nos emocionar!

Informações sobre aulas- (11)- 9 9916-3993

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

O corpo e suas dimensões


O que é o corpo? Quais suas dimensões?

Inicialmente somos um amontoado de carne e ossos que obedece a mecanismos de auto-regulação de caráter estritamente biológicos. Porém, o corpo não é somente biológico certo? Que outras dimensões do corpo, da nossa morada temos?

1)    A dimensão física ou biológica.

2)    A dimensão imaginária: o corpo como imagem de si.

3)    A dimensão simbólica: o corpo marcado pela palavra. Corpo erógeno.

4)    A dimensão real: O corpo como sinônimo de gozo. Esse corpo é pura energia psíquica.

A partir das colocações acima, afirmo que a dança pode ajudar um sujeito a simbolizar um corpo perdido em seu próprio gozo. Pode dar ou transformar a imagem que cada um tem de si.
A dança, não nos deixa esquecer a dimensão física do corpo o que é importante para poder ir além de. Aumentar os limites ou contornar carinhosamente o que está no nada.
 

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Poesia de corpo, poética da angústia


No princípio era o verbo.

Houve um ato

Nasce um corpo

Esse corpo não é meu.

Quando nos damos conta...

Como habito minha morada? O que me move?

Como me relaciono com meu desejo?

Aonde na dança encontro minha mortalidade?

Na angústia, no afeto que não se engana.

Onde está meu prazer? Meu deleite de reencontrar-me comigo? A que preço?

 

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Preparo corporal para dançar


Para quem cansou de academia ou não gosta, a DANÇA MIXX é uma excelente escolha. Ela prepara o corpo para dançar por meio de exercícios da dança. A primeira parte da aula, sensibiliza, aquece, tonifica e torçe o corpo.

Na segunda parte, os exercícios são aplicados à dança.

Na terceira parte da aula, coreografias e dependendo da turma, improvisações.

A última parte pode ocorrer ou não. Meditações ativas e alongamentos profundos.

É uma aula feita à mão. Como cada uma é uma, o esquema de aula é o proposto acima mas, depende da turma e da singularidade de cada uma. O foco inicial são nos exercícios físicos intensos. Preparar o corpo para dançar, expressar emoções, elaborar angústias, é condição.

Para dançarmos, precisamos ter um repertório de movimentos mínimos que sejam. Algumas pessoas já o têm. Porém, outras não. A DANÇA MIXX dá para quem não tem e lapida para os possuídos!

Os efeitos:

1)    Melhora da relação com a imagem

2)    Mais disposição

3)    Aumento libidinal

4)    Consciência corporal

5)    Algumas mulheres desejam saber mais de si não só pela via do corpo

6)    Melhora da postura e tônus muscular

7)    Mais alegria e sensibilidade musical!


domingo, 12 de agosto de 2012

Sala de aula: a aluna entre o fora e o dentro.


Vamos fazer uma aula de dança? Então escolhemos a dança que gostamos por algum motivo íntimo que está ligado á nossa identificação. Sim! A dança que escolhemos tem relação com nossa identidade. Aliás, a dança pode ter o poder de nos dar uma quando não a temos ou não sabemos.

Então, voltando para a aula, copiamos o professor certo? Também, mas como cada corpo é um corpo, cada mulher é uma, com sua consciência corporal. Se cada um tem uma relação com o corpo e uma consciência corporal, como fica o copiar? Como cada um se apropria do corpo? Como cada ser habita sua casa?

Copiar um mestre via de regra, não é fácil. No início é sim uma cópia. Mas, o corpo do mestre pode fazer coisas que eu não faço. Então, vou fazendo aula ou interrompo se ficar na impotência. Não consigo...

Temos referências que vem do outro. Recebemos ensinamentos, copiamos. Primeiro, o saber vem de fora. Quando adquirimos um saber, ele se torna nosso, ele vem de dentro.

 A DANÇA MIXX trabalha de uma maneira personalizada com o objetivo de sensibilizar o corpo de quem a busca. Temos coreografias. Porém, se esta dança parte do princípio de que cada corpo e cada consciência corporal são singulares, o foco do trabalho é propiciar, provocar, ajudar a aluna a avançar em seu próprio saber corporal.

A aluna vai copiar a professora. Porém, o movimento que ela fizer virá de dentro. Caso ela não tenha um repertório de movimentos, ela ganhará pela via das suas possibilidades de sensibilizações. Há várias maneiras de levantar um braço, torcer o tronco, sentir uma música.





Possíveis efeitos da música para quem dança


Um dos objetos de pesquisa da DANÇA MIXX, é a relação de um sujeito que dança com a música. Em algumas linguagens de dança contemporânea, por exemplo, a música não se faz necessária. Existem os sons do corpo, as ondas corporais, o próprio corpo pode ser o som de uma dança.

Porém, para alguns, o mover, o expressar, está intimamente ligado á música. Qual música te toca? O que tem no som que te paralisa, te faz andar ou te convoca a expressar algo? Ou seja, que efeitos a música tem sobre nós?

Citarei um trecho de um ensaio escrito por uma psicanalista que se chama: Silvia Regina Gomes Foscarini. Neste trecho, faço dela, minhas palavras para delimitar a íntima relação da música com estados de ânimo do ser humano.

A DANÇA MIXX privilegia a música, o gosto musical de quem faz aula e a utiliza como forma de “provocar” o sujeito a movimentar-se de dentro para fora. O movimento como resultado da relação com a música. O que a música pode fazer por nós?

Eis o trecho:

“O próprio do efeito da música sobre nós é que ela tem este poder de metamorfose, de transmutação (...) ela transmuta em nostalgia a tristeza que há em nós. Quero dizer com isso que se estamos tristes ou deprimidos, podemos designar o objeto que nos falta, cuja falta nos falta, nos faz sofrer, e estar triste é triste, quero dizer, não é a fonte de nenhum gozo. O paradoxo da nostalgia – como dizia Victor Hugo, a nostalgia é a felicidade de estar triste – é que precisamente o que nos falta na nostalgia é de uma natureza que não podemos designar, e que amamos essa falta. (...) E o que eu lhes proponho é compreender efetivamente o gozo, uma das articulações do gozo musical, como tendo o poder de evaporar o objeto. ” (12)


 

Diagonal

domingo, 5 de agosto de 2012

O que seu feminino procura na dança?


A mulher da dança do ventre é uma mulher sedutora, controladora do olhar do outro e do seu próprio corpo. Ela domina os fragmentos de seu corpo e os integra em uma Gestalt. Pode sofrer se ficar aprisionada a esse olhar esse desejo do outro. Nesse sentido, a perda da sua singularidade pode ocorrer. PROCURA-SE: Ser desejada, fugir da fantasia do corpo morto, renovar a sensualidade de maneira geral.

A dança africana invade a mulher. Um êxtase energético lhe domina e a torna selvagem. Ela expressa sua natureza genuína, sem máscaras, sem véus. Isso a torna singular, única.PROCURA-SE: Viver algo além das palavras da ordem do gozo.

O ballet favorece o aparecimento da mulher princesa. Sua postura, sua maneira de se locomover e ocupar seu espaço é peculiar. Delicada e altiva muitas vezes aprisiona-se em um espelho que lhe revela sua imperfeição. Pode tornar-se obcecada com uma estética alheia a si própria. Ou seja, pode tornar-se alienada de si pois recebe um saber que vem do espelho, que vem de fora e com isso sofrer de tristezas profundas. PROCURA-SE: aceitação de si própria e superação de limites. Corpo perfeito.

A mulher da dança contemporânea é uma mulher crítica da sociedade. Ela se esforça para expressar em seus gestos alguma questão vinculada ao social. Isso a torna única pois a questão que ela deseja transmitir é pessoal. Ela vive seu corpo pela via da sensação. PROCURA-SE: prazer em se relacionar com o próprio corpo e com o outro.

A dança de Isadora Duncan nos permite viver um estado de liberdade e de observação. Pesquisadora da natureza, das artes e da mitologia, essa mulher responde para si própria sobre a sua natureza e assume com coragem sua exibição. O corpo é vivido pelo sentimento e pela linguagem que faz a ligação entre o que recebemos da terra, o que fazemos com o que recebemos e como devolvemos essas energias. PROCURA-SE: mediar o sagrado e o profano pela via da renovação das energias recebidas.

O que procuras na dança? Saibas que encontrará alguma coisa que pode ser tanto prazerosa, gozosa como angustiante e conflituosa.


Metáfora vulcão/ mulher


Tão serena eis uma mulher quanto um vulcão adormecido ou extinto.
A mulher, quando irrompe faz a terra tremer e borbulhar!



 
Assim como um vulcão extinto, uma mulher que explodiu muitas vezes, por muitos anos, ou, uma mulher que nunca explodiu, ou explodiu insatisfatoriamente, tem algumas saídas:

1-Entregar-se a sua natureza morta.

2-Procurar aonde não está extinto.

As possibilidades de uma mulher são inúmeras! Sempre tem um ponto de morte que dá vida ao novo!

A dança pode auxiliar o processo de uma redescoberta, de um reencontro. Ela localiza o lugar da pulsão, o desejo, ou seja, o que nos move. É só se permitir vivê-la.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Ago




O que é o corpo? Difícil definição. Mais fácil, sentir em si mesmo.
Como cada uma sente seu corpo, seu eixo, músculos, articulações, ossatura?
Os movimentos do quadril deste vídeo recebem influências da dança oriental e da dança africana.
Um pedido de ago que significa licença. Ago aos espíritos da dança que colorem nossos corpos e vivificam a intensão.