O Flamenco é uma dança que traz em sua origem marcas de diversas
culturas: árabes, ciganos, andaluzes, hindus, gregos, judeus, enfim, esta dança
é de uma pluralidade cultural. Os ciganos,
nômades que se originaram da Índia e foram migrando chegaram á Andaluzia já com
uma rica cultura artística.
Foram perseguidos e expulsos. Nasce o flamenco. Nasce da
exclusão, da necessidade de expressar o sofrimento. Que consequências deste
fato podemos notar na dança? A angústia, a volúpia, o ódio, a relação com o
outro são características desta dança viril.
Sim, é uma dança viril, neste sentido, masculina. Vinculada
ao gozo fálico. As mulheres fálicas, revestidas de flores, cores,
maquiagens expressam livremente seus sentimentos mais íntimos.
É uma dança libidinal. Libido tem relação com energia
sexual. A carga de energia que direcionamos para algo que nos chama a atenção é
a libido. Portanto, há um investimento libidinal por parte de uma mulher que
dança flamenco.
Há também uma matemática dos ritmos aliada à necessidade de
uma coordenação motora ampla. Para poder gozar de um lado feminino no flamenco,
a saída é entrar em transe, ou seja, encontrar o duende.
A característica principal do flamenco em termos de vivência
da dança é expressar sentimentos: amor, alegria, medo, revolta, paixão...Logo,
é uma dança que pode funcionar como algo que ajuda a traduzir o que não se
sabe. Muitas vezes, não sabemos que sentimos raiva ou sabemos e queremos expulsar
sentimentos que julgamos negativos.
A dança nos auxilia a em vez de “jogar para fora” o que
rejeitamos, a integrar. Afinal, ninguém é totalmente bom ou mal. Somos um pouco
de cada e a “boa” agressividade é importante para o ser humano.